Hoje vivemos de citações.
De filósofos de prateleira como, sabão em pó.
Filosofia virou consumo como um filme americano, como comer uma pizza.
Mais raso impossível.
Considerando os clássicos, fica difícil olhar para atualidade.
[Arte – cinema
Quantas pessoas você conhece que assistiu um Tarkovski em sua vida. Talvez nem precisemos ir tão longe, um Truffaut?]
Filosofar é o pensar, repensar, questionar e voltar ao zero buscando alguma fagulha de verdade.
Não podemos chamar filosofar o tricotar entre comadres. Só que sem as agulhas e a lã. No lugar, uma taça de vinho servida em copos com bordas.
Hum, aí todos ficam mais inteligentes (assim pensam-se).
Os oradores validam suas próprias retoricas cheia de neologismos abordando os assuntos em voga.
Em filosofia o auto burilamento é o exercício que mais se faz necessário.
Mesmo que a última palavra fique com o “mestre”; questione em seu íntimo!
Qual a probabilidade de a mensagem transmitida chegar do outro fidedigna à sua intenção primeva? Se cada um ouve com um tipo de escuta, muitas vezes de quem foi assistir um stand up com direito à tal pizza após o sacrifício(?).
Nada é perene sob o véu de maia.
Vejo a filosofia tratada como uma cátedra pretensamente elitista, mas o que resta são as carcaças. Uma vez que hoje vivemos uma cosmogonia manca, atropelada por um caminhão cegonha em uma marginal qualquer. E dentro disso nos arvoramos a ditarmos regras de condutas para a descoberta da felicidade, o eligir da longevidade saudável, e por aí vai…
Enquanto pais matam filhos, filhos matam pais (no sentido literal ou não). Argh, nem gosto de usar mais essa palavra a pobre está vadiamente desgastada bem como a conjugação do verbo amar; algo tão longe de sua verdade.
A crianças continuam com fome;
As crianças continuam sendo aliciadas;
Os idosos desrespeitados pelos governos;
Homens continuam sendo agredidos (isso não se fala).
E verborrágicos vendedores de inócuos conteúdos de todas as mídias vomitam quilômetros de lixo nos ouvidos surdos de toda sua audiência acéfala e obediente.
Saldável seria vermos as minorias (assim chamadas), deixando as poses como se fossem gangsters, onde lê-se em suas testas beócios. isso mesmo; transmitindo o esvaziamento de qualquer resquício de força antes apresentada. Algo que se esgota
em si mesmo, se esvai. Só enxerga quem ainda consegue PENSAR um pouco fora dos limites da mídia diária e ordinária.
Mas vou melhorar o ânimo.
Falo do indivíduo enquanto potência de raciocínio, de alguém capaz de elaborar-se e a partir de um start. Start esse que deveria vir do pré-primário em diante.
Procurar aprender a conviver em coletividade. Isso seria o mínimo para caminharmos enquanto raça.
De nada adianta a criação de dias especiais comemorativos, passeatas para libertar ou legitimar este ou aquele interesse.
Enquanto o ser chamado de humano não aprender a existir-se. E saber que independentemente de qualquer movimento social ele já existe e traz em si suas peculiaridades. Ligadas a sua alma e seu espírito. E que isso vem de uma escola de aprendizados ancestrais para se automelhorar e consequentemente se relacionar com o diferente.
Nada acontece de fora para dentro.
E a filosofia serve mesmo para quê?
Sp. 30/05/23