Bauhaus

Olá, devo começar dizendo que nunca esperem de mim um discurso técnico e cartesiano por mais que o assunto aparentemente tenha esse cunho……..

penso que tudo se entrelaça na existência e isso inclui a arquitetura a e todas as artes.

Estamos no sec. XXI e na prática, pouco apreendemos para uma vida digna de humanos. Contudo em meio ao caos, sempre tivemos lampejos de luz em toda a história.

De Buda a Gandhi, de Rudolf Steiner a Young e mesmo Buckminster Fuller criador da geodésica; trouxe sua colaboração muito mais ao nível anímico do que pode parecer.

Essa introdução é para trazer um pouco da Bauhaus.

Essa escola ainda fresca na memória da história.

Tem apenas 100 anos. Walter Gropius seu criador trouxe uma nova proposta de ensino incluindo pintura, teatro, dança, fotografia e claro arquitetura.

Isso em Weimar / Alemanha.

Em 1925 foi transferida para Dessau em um edifício projetado por Gropius, em “estilo” industrial. Em 1930 a escola foi fechada pelo nazismo e seus professores e alunos perseguidos pelo estado alemão. Um desfecho bem conhecido nosso.

O corpo docente contava com Paul Klee, Wassily Kandinski, Marcel Breuer, Mies Van Dher Roe entre outros grandes.

Vou ler a aqui o manifesto que com o qual compactuo e depois explicarei melhor:

Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato, pois não existe “arte profissional”. Não há nenhuma diferença essencial entre artista e artesão, agora é o importante o artista é uma elevação do artesão, a graça divina, em raros

momentos de luz que estão além de sua vontade, faz florescer inconscientemente obras de arte, entretanto, a base do

“saber fazer” é indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte de criação artística”.

Agora o que penso – considero (e sempre foi assim), uma grande diferença entre artesanato e arte. E essa citação deixa clara minha postura frente á enxurrada de pseudo arte elevada à nível de arte, consumida hoje.

Voltando à Bauhaus – P/mim ela representa muito mais do que a criação da arquitetura moderna.

Ela criou o cenário para o novo romantismo. Romantismo esse feito de aço, vidro, resultando em beleza e harmonia. Transparências e grandes volumetrias brancas. Tudo com muito apuro técnico. onde qualquer princesa futurista ou celta poderia desfilar sua fluidez.

No Brasil a maior representação se deu com o arquiteto ucraniano (assim como Clarice Lispector), Gregory Warchavchik. Suas obras, algumas ainda resistem em são Paulo, são Bauhaus em sua literalidade. A da rua Bahia por exemplo possui uma escada em cristal. Isso lá pelos idos dos anos 1930.

Foi lá que fizemos nossa primeira exposição de design em 1985. Exposição essa onde agregávamos jovens designers, artistas plásticos, poetas…

A EXPO/DESIGN como a chamamos, acontecia por 20 dias, próxima ao final do ano. Sempre em uma casa que tivesse um interesse arquitetônico. Algo icônico.

Daí nossa pesquisa pelas expressões da arquitetura paulista. E a Bauhaus muito presente.

Paralelo à manifestação BauHaus acontecia a semana de arte de 1922. E ali a Bauhaus aparecia em paralelo. Inovando e fomentando as artes em geral. Artistas como Di Cavalcante, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral entre outros fizeram nossa história da arte moderna acontecer.

Na época a ebulição era a nível mundial e fazia jus ao que se propunha. Mesmo que em pequena escala como toda inovação.

A Bauhaus traz ainda obras de arquitetura (vide Tel Aviv a cidade branca), e peças de design que estão presentes em nossos ambientes mais “cultos”. Ainda vejo esses assuntos intimamente ligados arte e cultura. Identifica-se a influencia Bauhaus em várias outras manifestações das artes. No cinema só para citar um exemplo; alguns filmes de Jaques Tati como mon uncle.

Após 100 anos, considero sua arquitetura um cenário ideal, que permite qualquer tipo de pirotecnia decorativa em seus ambientes.

Está aí o que chamo de “câmara aberta” para o romantismo se expressar.

“Gosto muito de mesclar ambientes “BauHaus” com peças barrocas, ou de outras épocas tão expressivas quanto. Gerando a harmonia em espaços que parecem ter sido criados para tal destinação.”

Apaixone-se

Bauhaus na veia!

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