Manifesto – filme
“…sou a contra ação,
Sou a favor da contradição continua, nem pró nem contra;
…não tenho o direito de arrastar ninguém ao meu abismo;
…sofrimento de um homem é do mesmo interesse p/nós, que o sofrimento de uma lâmpada elétrica;”
São algumas frases que pincei no meio de tanto discernimento.
Manifesto é uma espécie de documentário, ou melhor um documento seria mais apropriado. Um documento registrado em cartório e com firma reconhecida e despachado obrigatoriamente para todas as câmaras políticas ao redor do mundo. Para todas as universidades do planeta. E para cada forró ou sertanejo que tocasse (no caso do Brasil) nas haves, seriam obrigados a assistir Manifesto.
Se esse filme tivesse sido rodado há uns 100 anos atras, talvez estivéssemos em outra situação, mas não…, preferimos pagar para ver.
Cate Blanchett como sempre magnífica, interpreta treze personagens com a maestria de sempre. É impressionante a tônica que essa atriz empresta a cada personagem. Essa mulher, se transforma no que for preciso para dar veracidade aos papeis que desempenha.
O filme foi escrito e dirigido por Julien Rosefeldt. São alguns pequenos filmes dentro do filme.
Indigesto, maravilhosamente indigesto.
Um passeio por referencias (através do meu olhar). Vi grandes cineastas como Fritz Lang (a cena das posições de trabalha que se multiplicam…), Federico Felinii (a cena do funeral e principalmente no discurso Dadá), Billy Wilder (a cena da diretora de teatro / balé). Todas muito concernentes ao propósito.
Verdades, são cuspidas a cada frame pela voz quase gutural dessa enorme atriz. Ela no personagem do andarilho é perfeita ou perfeito?
É um filme para chacoalhar as estruturas individuais e coletivas!
Os que não pensaram em tais questões até hoje, ficarão indignados ou enjoados. E isso é muito bom pois os fará pensar um pouco, …um pouquinho que seja.
Quem sabe, um pouquinho.
Isso, se chegarem ao final.
Não perca – até o próximo!
Ano 2017
Cate Blanchett & Julien Rosefeldt
Parceiros nessa empreitada!